Uma festa de São João bem no mês de julho. Foi assim que a equipe assistencial da Unidade de Terapia Intensiva III (UTI III Anexo) do Hospital Estadual Leonardo Da Vinci (Helv) comemorou neste mês de julho a redução das Infecções Relacionadas à Assistência à SAÚDE (IRAS), com o registro de apenas duas infecções. É a primeira vez, desde a reabertura da unidade, em 2022, que o setor alcança um resultado tão expressivo.

O coordenador médico da UTI III Anexo, Carlos Wellington, afirma que o objetivo da unidade é zerar as infecções. “Temos um longo desafio pela frente, visto que dispomos de uma UTI com vinte leitos, com taxa de ocupação sempre elevada, com admissões externas de pacientes de várias instituições, como UPAS, HGF, Hospital de Messejana e emergências de muitos outros hospitais do interior do estado”, avalia o médico.

Para alcançar o objetivo de zero IRAS, a unidade tem implementado diversas ações ao longo do último ano. Carlos Wellington destaca a importância da troca dos dispositivos de pacientes vindos de outras unidades  no ato da admissão. “Fazemos esse trabalho em conjunto com  o  Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), que vem nos dando todo o suporte, com visitas recorrentes e presenciais ao setor, ajudando tanto na gestão do cuidado, quanto na orientação junto aos diaristas na retirada dos dispositivos invasivos no momento oportuno. Isso contribui para reduzir os nossos índices de infecção no setor.” 

O médico aponta ainda que teve grande impacto positivo alguns ajustes considerados básicos e indispensáveis, como o distanciamento adequado entre os leitos e uso de equipamento de proteção individual, bem como a disponibilidade de estetoscópios e álcool em gel 70° individualizados por paciente para uso de cada profissional assistencial.

O coordenador de enfermagem, Rafael Félix, ressalta a importância da visita multiprofissional, o acompanhamento dos bundles e o processo de auditoria interna, realizada pelo time de auditores do Helv. 

"Conseguimos identificar pontos de melhorias no processo de auditoria, por meio do formulário de prevenção Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), como a manutenção das cabeceiras elevadas, treinamento para os colaboradores sobre higiene oral, certificação da pressão do Cuff [um método em que a equipe assistencial verifica se a  pressão do dispositivo encontra-se  dentro do preconizado naqueles pacientes que estão em uso de  ventilação mecânica] e a interrupção da sedação de pacientes elegíveis”, pontua o enfermeiro. 

O coordenador de enfermagem destaca ainda a supervisão na implantação de sondas vesicais e catéteres com gerenciamento do procedimento realizado através de check list de inserção de devices.

Mérito da Equipe

Para os coordenadores, o resultado é mérito de toda a equipe da UTI III anexo. "Eles que contribuem para chegar a esse número. Eu e o Dr. Carlos só gerenciamos. Eles são os responsáveis por estarem à frente de todo o processo", avalia o coordenador de enfermagem, Rafael Félix.

Para Carlos Wellington, o papel de vigilância não é apenas dos profissionais que trabalham diretamente no setor. É também dos colaboradores que trabalham indiretamente prestando um apoio para a UTI III anexo. 

“Vem desde a sinalização na restrição no uso de adornos ao entrar no hospital, aos profissionais que informam a entrada das pessoas sem o uso do equipamento de proteção individual adequado, que ficam atentos ao manusear cada paciente de uma forma correta durante a prestação de assistência, seja na administração ou ajuste na vazão de algum fármaco, seja durante a realização de algum procedimento invasivo à beira-leito ou ainda ajustes de parâmetros ventilatórios”, afirma Carlos.