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12/12/2023

Trabalho de cuidadores auxilia na reabilitação e bem estar de pacientes

Bruno Brandão

Na saúde, o cuidador é o profissional ou familiar responsável por manter o zelo e o bem-estar dos pacientes afetados por sequelas. Em unidades da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), como a Casa de Cuidados do Ceará (CCC) e o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), administradas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), a presença do cuidador também está marcada pela parceria com as equipes multidisciplinares no processo de desospitalização.

A Casa de Cuidados do Ceará foi inaugurada, precisamente, para ser um equipamento de transição hospitalar. Além de equipe multidisciplinar composta por diversos profissionais de saúde, o equipamento também conta com cuidadores, que acompanham o paciente no processo de reabilitação.

Atualmente, 50 pessoas desempenham a função de cuidador no CCC. Eles se distribuem em três perfis: o familiar, que tem algum parentesco com o paciente; o voluntário que é um amigo ou conhecido da família que se propõe a ajudar de forma solidária; e o contratado, que não tem laços familiares nem de amizade prévia, mas que é nomeado pela família para assumir uma função remunerada quando há confiança.

“(No CCC) os cuidadores são treinados com relação aos cuidados, como a administração de analgésicos, prevenção de úlceras por pressão, supervisão de sondas e traqueóstomo, técnicas de aspiração e sobre como administrar uma dieta complementar, além dos cuidados com a pele e utilização de acessórios esportivos”, explica a gerente do equipamento, Itala Oliveira.

Andrea Abreu, 38, passou pelo treinamento para aprender a cuidar do marido, Reinaldo Neves, que ficou com sequelas após um Traumatismo Cranioencefálico (TCE) causado por um acidente de trânsito. Após o tratamento no hospital, o paciente foi transferido para a Casa de Cuidados do Ceará e passou a ter acompanhamento com equipe do local.

“Ele era super ativo em casa, fazia tudo. Diante das dificuldades, tive que pedir missão do meu trabalho para cuidar dele, mas não me arrependo. Nunca cogitei sequer a hipótese de abandoná-lo nesse momento”, revela Andrea que nunca tinha atuado como cuidado. Mas, com o auxílio da equipe do CCC, a nova rotina “fluiu”.

Andrea disse ter expectativa de que, até o Natal, o marido fique em casa. Apesar das dificuldades e do cansaço, Andrea já vive a energia de Natal de amor e esperança. “Eu acredito que Deus cruzou nossos caminhos para que um dia eu pudesse cuidar dele. Hoje, além do amor como marido, passei a sentir por ele um amor de filho também por causa dessa rotina de cuidado. E eu agradeço a Deus por ele estar vivo. Esse amor é tão grande que me fortalece nessa jornada”, finaliza.

Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD)

No Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), vinculado ao Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), o apoio dos cuidadores com os pacientes atendidos em casa também é fundamental. São eles que passam a maior parte do tempo com os pacientes que recebem atenção domiciliar. Atualmente, cerca de 200 pacientes são atendidos pelo serviço.

A paciente Francisca Cavalcante, 77 anos, é paciente do SAD há quatro anos. Além do Alzheimer, ela possui doença pulmonar obstrutiva, com a necessidade do uso diário da máscara BiPAP, que auxilia na respiração. Sua primeira internação foi por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A filha de Francisca, Rosenir Cavalcante, 47 anos, é a responsável pelos cuidados diários. Antes de trabalhar como babá, ela precisou abdicar para cuidar da mãe. “Eu conto com a ajuda da minha sobrinha. É um desafio muito grande a ser cuidadora, mas ela é muito bem cuidada. A equipe do SAD também nos ajuda demais, sempre quando acionamos, fora do atendimento, eles estão conosco”, conta.

A coordenadora do SAD, Amabili Couto, explica que os primeiros treinamentos para os cuidados são feitos no leito, antes da alta do paciente para casa. Como acompanhamento e acompanhamento, semanalmente, nas visitas das equipes médicas e multidisciplinares, eles também recebem um reforço das informações. Entre as orientações estão cuidados com as sondas, com pacientes em ventilação mecânica, realização de terapêuticas, entre outros.

“O cuidador é o elo dessa corrente do cuidado. Ele humaniza o cuidado, normalmente cuidando de alguém da família, prestando esse ato de amor e carinho. Ele acompanha desde a internação hospitalar, onde recebe todo o treinamento para aplicar em casa”, ressalta o coordenadora.

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