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20/09/2023

Setembro Amarelo: Psicologia auxilia no tratamento integral de pacientes

Teresa Fernandes e José Avelino da Luz Neto

Se é verdade que corpo e mente estão inteiramente ligados, então é fato que enfermidades físicas podem contribuir com o surgimento de transtornos psicológicos, assim como doenças psicológicas podem gerar males físicos. Por isso, os pacientes atendidos nos hospitais da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e administrados pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) contam com apoio psicológico para ajudá-los a enfrentarem o período de adoecimento.

“Em relação ao atendimento aos pacientes, o objetivo da psicologia é minimizar o sofrimento. Dependendo do diagnóstico e do período de hospitalização, é preciso dar apoio ao paciente e à família, que também sofre”, ressalta a psicóloga do Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, Izabella Carvalho.

Segundo ela, é preciso que o paciente seja visto de modo holístico. A psicóloga explicou que os males que estão no corpo podem afetar a mente e também outras áreas, como as dimensões social e econômica dos pacientes. No HRN, os atendimentos prioritários são de pacientes vítimas de tentativa de suicídio ou de violência sexual, além dos críticos que estão nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) e em cuidados paliativos na Unidade de Cuidados Especiais (UCE) e que têm doenças crônicas ou limitadoras da vida como HIV e lúpus.

Além dos atendimentos individuais e à beira leito, com o objetivo de promover o acolhimento e o cuidado de forma integral, o serviço de psicologia do HRN promove, em parceria com o serviço social e a equipe multiprofissional, rodas terapêuticas para os pacientes e rodas de conversa para acompanhantes, familiares e para os colaboradores.

As rodas terapêuticas são intervenções em grupo que repercutem diretamente na recuperação do paciente. Os grupos funcionam como um espaço acolhedor, no qual o paciente passa pelo processo de identificação com o outro, relacionado à vivência semelhante, e consegue expressar seus anseios e angústias diante o enfrentamento da internação.

“Gera maior conforto e adaptação ao ambiente hospitalar, na construção de vínculos sociais, por ser um espaço possível para elaboração sobre o processo de adoecimento e hospitalização. Criar esses espaços acolhedores traz repercussões emocionais que auxiliam, por exemplo, no manejo da ansiedade ou humor deprimido e outros aspectos vivenciados durante a internação”, explica a psicóloga Thallynne Rosendo da Costa.

O projeto “Conversa com acompanhantes” acontece periodicamente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) 3 e 4 e em setores de internação. Durante os momentos, os acompanhantes são orientados sobre normas hospitalares, controle de infecção hospitalar, papel do acompanhante, direitos e deveres dos usuários do SUS, além de poderem conversar sobre implicações psíquicas da internação.

“Esses momentos são fundamentais porque favorecem o processo de adaptação ao ambiente e à rotina hospitalar e possibilitam o desenvolvimento de estratégias de autocuidado durante o período da hospitalização”, ressalta a psicóloga Dalila Vasconcelos.

HRSC conta com projetos com foco na saúde mental promovidos pela assistência

No Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), o cuidado com quem cuida é uma das ações desenvolvidas em dois diferentes projetos. A Jornada do Acompanhante é um deles, no qual direção, gestores e o serviço de psicologia escutam as reivindicações e propostas de melhorias dos acompanhantes, além de suas angústias e anseios.

“A Jornada é um momento onde eles podem se identificar, dizer o que sentem, e quando percebemos alguém mais aflito, com uma necessidade maior, a gente já faz um acompanhamento mais de perto”, explica o psicólogo hospitalar do HRSC, Claudione Lima.

Promovido pelo Serviço Social da unidade, o projeto Cidadão Consciente é um outro momento oportuno em que o serviço de psicologia atua, com vistas a garantir assistência e cuidado mais especializado aos acompanhantes de pacientes, sobretudo aqueles em idade mais avançada. Claudione Lima reflete que assumir o lugar que um dia foi daquele que está na condição de paciente, requer habilidade. “Esse é um momento de amparo, onde nós costumamos estimular a perspectiva do privilégio de ser um cuidador, você tem a oportunidade de retribuir o afeto, o amor e o carinho que recebeu daquela pessoa durante toda a vida, sendo o acompanhante dele”.

Para o psicólogo, a transferência de pensamento, em que o acompanhante passa a se enxergar como alguém privilegiado por cuidar de alguém, atenua as tensões que advêm do período de internação. “É complicado estar longe de casa, surge o estresse, a ansiedade, mas ali é a chance de exercer sua solidariedade humana, e ajudamos o acompanhante a se enxergar dessa forma”, diz.

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