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02/07/2024

Serviço do HGWA proporciona qualidade de vida a pacientes em atendimento domiciliar

Bruno Brandão

Promover a qualidade de vida do paciente é um dos objetivos dos profissionais que atendem os pacientes no Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), do Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). O serviço, que completou 21 anos de atuação no último mês de junho, tem capacidade para atender 210 pacientes, entre adultos e pediátricos.

Um desses pacientes é Anselmo David, 27. Assitido pelo SAD desde os 18 anos, o paciente necessita de cuidados diários. A cuidadora e mãe do paciente, Selma Maria, esteve no encontro que reuniu os cuidadores do SAD na última sexta-feira, 28. O sentimento da mãe é de gratidão. “Meu filho levou um choque elétrico, onde ficou sem oxigenação no cérebro, deixando sem andar e falar, desde então é cuidado pelo SAD. O atendimento é maravilhoso, sou muito grata pela equipe médica. Sempre que precisamos, somos atendidos. Recebemos todo o suporte”, conta.

O médico James Nobre, especializado em medicina da família e comunidade, que compõe o quadro médico do SAD, explica que os pacientes atendidos pelo serviço têm uma demanda de uma assistência especializada, seja por uma doença crônica ou que estejam em cuidados paliativos.

“A nossa assistência, feita no ambiente do domicílio, que favorece com que ele também seja cuidado pelos familiares, visa a qualidade de vida. Esse acompanhamento domiciliar é feito por visitas periódicas, com no mínimo uma visita mensal. As visitas são sempre feitas por um profissional médico, um enfermeiro e um fisioterapeuta. Alguns deles também recebem a visita de outros profissionais que prestam apoio. Esse paciente é visto como um todo, considerando os aspectos clínicos e também das relações familiares, do contexto comunitário que ele está inserido. É, de fato, uma assistência multiprofissional”, explica.

O médico ressalta que essa assistência contribui para a melhoria da qualidade. “Permitindo uma maior socialização, se formos comparar se ele estiver em um leito de hospital. Alguns pacientes que ficariam restritos por estarem fazendo uso de uma ventilação mecânica ou por terem uma doença progressiva, vivem a experiência de participar de uma corrida, de terem momentos de lazer, de viajar, mostrando a importância desse cuidado”, detalha.

A coordenadora médica do SAD, Zenaide Ribeiro Ponte, fala sobre a importância do papel do profissional médico dentro do tratamento dos pacientes. “O SAD começou com uma equipe e hoje contamos com seis equipes, cada uma com pelo menos um médico e um enfermeiro. São cerca de 50 pacientes com suporte ventilatório, entre adulto e pediátrico. Além da fisioterapia, para reabilitação, que fazem atendimento em até duas vezes por semana. Todos esses profissionais estão engajados na elaboração e planejamento terapêutico de cada um dos nossos pacientes. Me sinto muito feliz em participar desse serviço que tanto faz pela sociedade, de forma segura e humanizada”, diz a coordenadora.

Outro serviço que faz parte da equipe de multiprofissionais é a psicologia. A psicóloga Renata Mesquita, promove uma roda de conversa mensal, on-line, entre os jovens atendidos pelo SAD. No bate-papo, temas como cinema, música, arte são debatidos no bate-papo virtual, além de assuntos mais íntimos, ligados ao medo, por exemplo.

“A psicologia contribui trabalhando com as questões em torno do adoecimento do paciente e do cuidador através da escuta individual nos atendimentos no domicílio ou na escuta grupal como nos encontros de cuidadores presencialmente e roda de conversa com pacientes de forma on-line. É um trabalho importante que se inicia ainda na inclusão, quando paciente e cuidador estão se adaptando a estar em casa com novas condições e limitações à alta E segue até o acompanhamento no processo de morte com apoio no pós-óbito também”, avalia.

Outro papel fundamental dentro dos cuidados aos pacientes do SAD é do cuidador. Geralmente, um membro da família ou alguém indicado pela família, que se responsabiliza em cuidar do paciente em casa. Antes de levar o paciente para a residência, ele é treinado pela equipe multiprofissional sobre os cuidados diários. A assistente social do SAD, Maria Concebida, acompanha de perto esse trabalho conjunto. Ela afirma que a figura do cuidador é um dos primeiros critérios para a desospitalização.

“Ele é o elo entre o paciente e a equipe. Ele é o responsável por observar qualquer alteração e entrar em contato conosco, bem como o cuidado diário com a alimentação, banho e medicação. Enquanto equipes estamos prontos para dar o suporte para as famílias e pacientes. O serviço é construído também pelas famílias. O nosso objetivo é facilitar a assistência do paciente. É gratificante, como serviço social, auxiliar essas famílias que possuem um familiar doente em casa”, afirma.

Multiprofissional

O programa, que iniciou com o nome de Programa de Atenção Domiciliar (PAD), atende hoje, além do HGWA, todas as unidades da rede Sesa. O serviço foi criado em 2003 com o intuito de reintegrar o paciente no contexto familiar, promover humanização da saúde dos pacientes que necessitam de cuidados especializados no domicílio e otimizar leitos. Seis equipes multiprofissionais compõem o quadro de atendimento, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos, dentistas, terapeutas ocupacionais e cirurgiões.

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