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29/05/2023

Maio laranja: HRN promove conscientização sobre violência sexual em crianças e adolescentes

Teresa Fernandes

Referência no atendimento a vítimas de violência sexual na região Norte do Estado, o Hospital Regional Norte (HRN), unidade vinculada à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), promoveu, neste mês, uma sensibilização nos setores pediátricos, em alusão ao Maio Laranja, campanha de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.

O objetivo é reforçar o fluxo de acesso de pacientes e alertar os profissionais da assistência acerca da necessidade de identificar, com celeridade, os sinais de violência nos pacientes, além de encaminhar os casos ao serviço social e à psicologia, para o acolhimento e devidos seguimentos. De 2022 até abril de 2023, 25 casos de violência sexual em crianças e adolescentes de 0 a 17 anos deram entrada no HRN.

“O hospital é um espaço de identificação dessa violação de direitos para que sejam feitos os necessários encaminhamentos. É um direito e um dever do estado, da família e da sociedade garantir essa proteção”, ressalta o assistente social do HRN, Cristiano Peres. Ele explica que, neste mês, foi feito um movimento de conscientização nos setores do eixo pediátrico da emergência, clínica e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O nome da campanha interna é “Faça bonito”.

A identificação da violência sexual pode ser feita pelo profissional da assistência ainda na anamnese, conversa inicial com o paciente e/ou familiares. No caso das crianças e adolescentes, a psicóloga do eixo pediátrico do HRN, Izabella de Carvalho e Silva, explica que há alguns sinais de alerta para identificar a ocorrência da violência sexual. Entre eles, a omissão ou divergência da história do paciente, presença de hematomas em locais não previstos e alguns comportamentos da criança, como mudança de comportamento súbito anterior à ida ao hospital, queda no rendimento escolar, pesadelo, comportamento sexual precoce, agressividade, retração ou medo na presença do agressor.

Uma vez sendo identificados os sinais de violência sexual, a equipe de saúde deve comunicar ao serviço social e à psicologia para que seja realizado o acolhimento do paciente e da família e os encaminhamentos sejam feitos para o conselho tutelar e, posteriormente, a instituições como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Além disso, o caso é alimentado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) pelo Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) do HRN, já que as violências doméstica, sexual e/ou outras violências interpessoais são inclusas na lista nacional de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública, nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional.

“Neste mês de maio, reforçamos a importância de nós, profissionais de saúde, proporcionarmos um atendimento adequado à criança e ao adolescente vítima de violência sexual e à família que os acompanha. Além disso, sensibilizamos os profissionais da assistência para que possam estar mais atentos aos sinais de possíveis violência. O principal objetivo do serviço de psicologia é fazer o acolhimento à vítima e à família”, explica a psicóloga.

Referência

Mulheres e crianças vítimas de violência sexual na Região Norte do Estado contam com um serviço de referência no HRN. Em caso de estupro, a vítima recebe medicações e atendimento médico adequado. O serviço de apoio funciona 24 horas, todos os dias da semana.

Além disso, os pacientes recebem, no HRN, assistência psicológica e social, apoio à prevenção da gravidez decorrente da violência sexual, tratamento para traumatismos genitais, contracepção de emergência e medicamentos para evitar infecções por HIV, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e hepatites. Todos os atendimentos são realizados no hospital de forma integrada.

O paciente vítima de violência pode chegar ao HRN de três formas: pelas emergências adulto e pediátrica, regulados via Central Estadual de Regulação do SUS (Cresus) e diretamente pela porta do Centro de Apoio a Saúde Reprodutiva da Mulher (CASRM), na Avenida John Sanford.

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