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16.08.2023

ISGH conta histórias emocionantes de pais e filhos nas unidades de saúde

Joelton Barboza

Os momentos vividos e compartilhados ao lado do pai, de fato, ficam gravados para sempre na memória. Sabendo disso, o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), lançou a campanha “Pai presente, histórias para sempre”, com o objetivo de homenagear os heróis da vida real.

Pais com anos de experiências, outros mais recentes, mas todos ligados por um só elo, o amor e o cuidado para com o filho. Unidades de saúde geridas pelo ISGH buscaram histórias dentre o quadro de colaboradores e também relatos de pacientes e acompanhantes.

Pai e filho do HRVJ dividem rotina e amor pela profissão

Desde muito pequeno, José Ivamberg Nobre de Sena Filho viu o seu pai atuar como médico e ajudar pessoas por meio da medicina humanizada em Fortaleza e na região do Vale do Jaguaribe. Não demorou muito para que ele tomasse gosto pela profissão daquele que era a sua maior inspiração.

Formado em medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado e doutorado em cirurgia também pela UFC, o cirurgião-geral e oncológico do aparelho digestivo José Ivamberg Nobre de Sena foi o maior exemplo para que o filho trilhasse os mesmos caminhos. Há três anos, ele segue os passos do pai. “Desde a minha infância ele fala como é ser médico e o quão nobre é a profissão, então ele sempre me inspirou”, relata Filho.

Mesmo ambiente de trabalho

Atualmente, ambos são médicos lotados respectivamente no Centro Cirúrgico (CCG) e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), unidade da Rede Sesa. “Desde a faculdade eu o acompanho nos procedimentos cirúrgicos, sempre me inspirando muito, pois eu vejo que, além de ser meu pai, ele é um cirurgião diferenciado, em que a gente consegue ver o zelo com a conduta médica e em tudo que faz. Isso me inspirou muito. Eu tenho muito orgulho de tê-lo como pai”, enfatiza.

Ivamberg Filho ainda lembra que, nessa profissão, é preciso se doar muito. “Eu também sou pai de dois meninos e eu trabalho não para mim, mas para eles, tudo isso graças à minha profissão que foi uma inspiração do meu pai. Hoje eu estou passando pelo que ele passou: um sacrifício pela família, com muita horas de dedicação e trabalhando bastante”, destaca.

Da mesma forma, o pai diz que se sente muito orgulhoso de tê-lo como filho e colega de profissão. “A gente tem procurado pautar o nosso dia a dia demonstrando o apoio que nós precisamos dar aos nossos filhos. E ele é o exemplo disso: da nossa dedicação e do nosso apoio. Tudo que a gente pode oferecer em termos de dar oportunidade para ele”.

O pai ainda completa: a busca do filho pela mesma profissão foi natural. “Foi algo espontâneo e que nesse momento cabe a qualquer pai, ver que ele almeja seguir um bom caminho, dar todo o apoio possível e incentivar. Isso a gente procurou fazer e, graças a Deus, ele está aqui conosco e foi um dos que me incentivou a vir trabalhar aqui nesta instituição, então, de certa forma, há uma reciprocidade nessa relação. Eu tenho muito a agradecer a ele pelo empenho e pela dedicação na profissão. Tenho orgulho de hoje trabalhar com ele nessa instituição que é muito importante para nossa sociedade”, finaliza.

Missão compartilhada: pais e filhos alternam papéis e fortalecem laços no HGWA

O amor pelo filho fez com que o agricultor Antônio Saraiva Martins, de 55 anos, ultrapassasse diversas barreiras para cuidar integralmente do filho. O jovem Antônio Saraiva Martins Filho, de 18 anos, diagnosticado com distrofia muscular, encontra-se internado na Unidade de Cuidados Especiais (UCE) do Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), em Fortaleza, da Rede Sesa.

A doença do paciente caracteriza-se como um grupo de doenças genéticas que causam fraqueza progressiva e perda de massa muscular. Não há cura para distrofia muscular, mas os tratamentos podem ajudar a controlar muitos dos sintomas. No caso do jovem, a doença já o impossibilita de caminhar e falar. O pai lembra com saudade da época em que o filho ainda conseguia ter uma vida normal. Ele chegou a frequentar a escola até o 9º ano. Com a descoberta do diagnóstico e o agravamento, seu Antônio teve que se mudar da zona rural para o município de Quixadá, onde se dedica, junto com o apoio das três filhas, a cuidar do jovem.

“Eu lembro dele alegre, eu o levava para a escola. Ele estudou até o 9º, é muito inteligente, ficava sempre na cadeira de balanço, com o celular, assistindo televisão. Com o agravo da doença, ele não consegue mais esticar a perna, comer sozinho. Recordo dele conversando muito comigo. Hoje nos comunicamos com os olhos, ele sorri, eu ligo para as irmãs deles e eles se veem pelo celular”, afirma.

Seu Antônio cuida do menino sozinho desde que se separou, quando o filho ainda tinha três anos. “Começou com dificuldades de andar aos três anos, de ficar em pé. E aos 9 anos ele parou de andar. Aos 10 anos ele foi diagnosticado com a distrofia muscular. Cuido dele em casa, mas sempre que ele piora precisamos ir para o hospital”, conta.

Emocionado, seu Antônio revela o que seria o seu melhor presente de Dia dos Pais, exaltando o sentimento de ser pai de quatro filhos: “A gente faz o que Deus permite, que é ficar perto dele e continuar. Meu sonho é que ele fosse para casa e ficasse curado. Eu sinto muito amor pelos meus filhos e sinto o amor deles por mim, criei todos com muito amor e orgulho”, finaliza com os olhos marejados.

Pai acompanha filho na Neonatologia do HRN

Pai pela terceira vez, Francisco Auricélio Passos Vieira, 32, é incansável na missão de cuidar do filho mais novo, José Antony, nascido no Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, no dia três de julho. O bebê teve uma atresia duodenal, um defeito embriológico do desenvolvimento do intestino, e, logo após o nascimento, precisou passar por um procedimento cirúrgico. O pequeno se recupera na Unidade de Cuidado Intermediário Convencional (Ucinco) do hospital.

O setor de Neonatologia do HRN conta com entrada e livre permanência do pai das crianças internadas, entre 7h e 21h. E Vieira aproveita cada momento para estar com o filho o maior tempo possível. Ele se reveza com a esposa nos cuidados da criança. “Venho todos os dias. Chego logo no início da manhã e saio no final da noite. Minha mulher fez uma cesárea e também precisa descansar. Então, eu fico com ele de dia e ela fica de noite”, conta. O funcionário do setor administrativo aproveitou as férias e, em acordo com a empresa em que trabalha, pretende continuar acompanhando o filho com regularidade. “Só quero sair daqui quando levar meu filho e minha esposa”, garante.

Auricélio destaca os desafios de acompanhar o filho doente. “É desafiante, mas estou com fé de que vai dar tudo certo”, ressalta. Ele garante que sua presença é importante para o tratamento de saúde da criança. “O acompanhamento é maior. Quando vejo que meu filho tem qualquer necessidade, já chamo alguém para dar assistência”. Ele se diz realizado em ser pai. “Com certeza, eu me sinto realizado. Temos que criar frutos”, diz. Além de Antony, ele tem duas filhas de seis e 10 anos.

‘O melhor pai do mundo jamais suprirá o espaço de uma mãe’, diz médico da UPA que acompanhou o nascimento do filho e vive paternidade sol

A chegada de um bebê é um momento de muita alegria para toda a família. Com o médico André Lopes, da UPA José Walter, unidade estadual da Sesa, não foi diferente. Pai pela primeira vez aos 25 anos, ele lembra com muita emoção do dia do nascimento do filho. “Eu ainda era estudante de medicina quando coloquei meu filho nos braços pela primeira vez. Eu fui o responsável por cortar o cordão umbilical e colocá-lo nos braços da mãe e minha companheira, Cassandra”, relembra.

Após dois meses do nascimento do filho e viver a emoção da alegria da chegada de uma criança, André e os familiares sentiram a dor da separação. Cassandra acabou morrendo, provavelmente por complicação tardia do pós-parto. Após isso, a preocupação maior foi lutar pelo suporte familiar, já que a ausência seria sentida não apenas pelo marido, mas principalmente pelo bebê. André reconhece que a união e cooperação dos avós da criança e demais familiares foi fundamental para amenizar as dificuldades e dores daquele momento.

A dor da partida da companheira foi transformada em aperto de laços com o filho. Hoje André tem 38 anos e o garoto, André Luis, 13. Os dois são grandes parceiros e fazem questão de dividir a rotina. Ele faz questão de sempre almoçar com o adolescente e buscá-lo na escola. “Almoçamos juntos e deixo meu filho na casa dos avós. À noite, vou buscá-lo de volta e conversamos sobre como foi o dia e sobre assuntos aleatórios, que vão desde a ficção, até os nossos sentimentos e memórias. No final de semana a programação é variada, mas sempre estamos juntos”, explica.

E são essas memórias e lembranças que Lopes busca cultivar. “Os abraços que meu filho me dá quando está dormindo e não percebe; o segundo lugar que ele conquistou no campeonato de natação e comemoramos como se fosse o primeiro; as viagens a dois que já fizemos”, relembra. Apesar da pouca idade, Luís proporcionou grandes alegrias e orgulho ao pai. “O melhor momento do dia é quando ele diz que está cheio de coisas para contar e nem sabe por onde começar e conta com um brilho nos olhos que só ele tem”, acrescenta.

Toda essa cumplicidade fez Lopes ser realizado como pai. Ele reconhece, porém, que a ausência da mãe de Luís é desafiadora durante o exercício da paternidade. “Costumo dizer que o melhor pai do mundo jamais suprirá o espaço de uma mãe. A maior angústia como pai solo certamente é não ter a mãe dele ao meu lado para dividir minhas angústias e medos paternos. Nós [eu e a mãe da criança] tínhamos uma relação de muita cumplicidade, então, sem dúvidas, isso provoca muita falta e saudade durante a trajetória de nosso filho”, relata.

Apesar da angústia aliada à saudade e dos desafios da paternidade solo, Lopes tem o sentimento de realização pela caminhada construída ao lado do filho. “Meu filho é o maior presente que eu poderia ganhar na vida. Ele me ensina a enxergar o que é essencial, me instiga a pensar no que realmente importa, a amar incondicionalmente e encontrar a minha felicidade na felicidade dele. Todo dia aprendo algo novo. Eu me tornei um ser humano melhor graças a ele e tenho orgulho de ver que ele está se tornando também um grande homem”, finaliza.

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