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24/06/2024

HRSC realiza primeira captação de coração da região em quase oito anos de funcionamento

José Avelino Neto

Dez profissionais estão na sala 2 do Centro Cirúrgico Geral do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) em Quixeramobim. São 12h13 de segunda-feira, 24 de junho de 2024. A equipe faz um minuto de silêncio e após interceder com um amém, o médico pede para a instrumentadora: "lâmina fria, por favor". 

O que se iniciou, dali em diante, não era apenas uma cirurgia, mas um marco histórico: a primeira captação de coração feita na região pelo HRSC, nos seus quase oito anos. Além do coração, foram captados também fígado e um rim. 

A família aceitou realizar a doação após ser acompanhada e autorizar o procedimento à Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HRSC. Além de ser a primeira captação de coração, foi também a primeira tripla captação de um mesmo paciente e a primeira deste ano de 2024 no HRSC. 

Às 13h10 o órgão foi captado no HRSC e conforme os protocolos, em até quatro horas deveria estar batendo no corpo do paciente que o receberia. Por isso, cada segundo era importante. Para garantir que isso ocorresse, às 14h20 a aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) decolou no voo pela vida, levando a esperança de uma nova chance ao paciente que seria transplantado e que já aguardava pelo órgão. 

Novos caminhos, novas vidas.

Daniel Trompieri, cirurgião cardiovascular, reconhece que o HRSC abre um novo caminho para novas capacidades de transplante no estado. "O início da captação de coração aqui no HRSC é um marco, e acredito que vai aumentar muito nossa capacidade de transplantes cardíacos no Ceará". A participação ainda destaca o protagonismo do HRSC. "Não são todos que possuem essa capacidade de equipe, logística, que permite a gente fazer isso. Vocês conseguem e isso é importante para a região", explica.

Elisfabio Duarte, diretor administrativo do HRSC, lembra que a iniciativa garante a eficácia do papel a que se propõe o HRSC e a importância da doação de órgãos. "Muito gratificante viver esse momento em que nosso serviço participa de todo um processo de envolvimento e realização do sistema público de saúde do Estado, através dessa família que, em meio à sua dor, autoriza os procedimentos necessários para que outras pessoas sejam aliviadas de suas dores e outras vidas são preservadas".

A complexidade da iniciativa exigiu que 14 pessoas atuassem nos dois procedimentos. Além de Daniel Trompieri, a captação do coração foi realizada pelo médico Thomas Dominic e as enfermeiras Socorro Mendes e Maxueny Rodrigues, do Hospital de Messejana. O rim e o fígado foram recolhidos por Vitor Teixeira, Gerlano Braga, médicos do Hospital Universitário Walter Cantídio, auxiliados pelos enfermeiros Leandro Régis e Maria Luíza. A equipe do HRSC foi composta pelo médico anestesiologista Igor Renan, e pelos enfermeiros, Milena Medeiros, Maria Ilma, Claudiana Castro e Ellen Maria. 

Segundo o Ministério da Saúde, o coração é o terceiro órgão mais captado no Brasil, atrás do rim e do fígado, respectivamente. No HRSC a CIHDOTT atua para fazer cada órgão transplantado se transformar na promessa de uma nova vida, onde o sofrimento pode ser transformado em esperança. "A decisão dessa família foi um ganho para vários pacientes, orientamos sobre os processos de doação e eles concordaram. Claro que lamentamos toda perda, mas ficamos felizes quando eles se instalaram a doar órgãos e ajudar outras pessoas", explica Wandson Barros, coordenador da CIHDOTT.

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