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12/01/2023

HRSC realiza cirurgia com equipamento do Hemoce que substitui transfusão sanguínea

José Avelino Neto

Um paciente de 75 anos passou por um procedimento cirúrgico na última semana no  Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da  Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), com o uso de uma máquina que reutiliza o sangue durante o procedimento. A iniciativa ocorreu através de uma parceria com o  Centro de Hemoterapia do Ceará (Hemoce), unidade que também faz parte da Rede Sesa.

Maria Zeneide Vitoriano, moradora do Senador Pompeu, levou uma queda da própria altura, f raturou o quadril e precisou fazer uma artroplastia, que é a substituição total ou parcial de uma articulação do corpo por uma prótese. Na triagem, um paciente informado foi testemunha de Jeová, crença cuja religião tem restrições sobre transfusões sanguíneas.

Como não dispõe de um equipamento específico para utilização de sangue autólogo (do próprio paciente), o HRSC solicita uma máquina ao Hemoce para que um paciente tenha seu desejo atendido. O procedimento garante o respeito à confiança dos pacientes. “Eu me sinto muito respeitada por essa atitude do Hospital, é um respeito a mim como pessoa e também como paciente, porque era algo que eu não gostaria de violar”, afirmou Maria Zeneide. O procedimento aconteceu na última quarta-feira (10) e ela já se recuperou bem em casa. 

Pela função que desempenha, a máquina leva o nome de  Recuperação Intraoperatória de Sangue (RIOS/Cell Saver).  “Essa máquina aspira o sangue durante o procedimento, faz a filtragem de impurezas, processa, e devolve o sangue autólogo ao corpo, se necessário”,  explica Tiago Inácio, membro da Agência Transfusional do HRSC. 

O processo é semelhante a uma transfusão, mas o sangue utilizado durante o procedimento é o do próprio paciente, e não o de uma bolsa feita por outra pessoa, como complementa  Claudianne Maia, coordenadora do setor RIOS do Hemoce. “O sangue é aspirado para um reservatório onde ocorre a separação das hemácias e em seguida é colocado em um saco para reinfusão”, explica.

Maria Zeneide de Senador Pompeu, teve suas crenças respeitadas no HRSC.

Leonardo Miranda, médico e diretor da Gestão do Cuidado do HRSC, ressalta que a respeito da autonomia do paciente reflete boas práticas em bioética. “Quando escutamos e respeitamos crenças e opiniões, envolvemos o paciente no seu cuidado. É muito gratificante poder oportunizar uma cirurgia, em que, no processo, oferecemos, além da segurança, o respeito”, pontua o diretor.

A técnica de recuperação intraoperatória de sangue é realizada pelo Hemoce por meio de 10 equipamentos e 34 enfermeiros capacitados para operar e acompanhar o procedimento em todo o Estado, sendo indicado para cirurgias com grande potencial de sangramento ou em pacientes que tenham alguma restrição à transfusão.

Embora apresente o suporte a várias situações, como neste caso, a diretora-geral do Hemoce, Luciana Carlos, destaca a importância da transfusão. “Não necessariamente em toda cirurgia será preciso realizar uma transfusão, mas é importante garantir que, se ocorrer um problema, terá como relatório imediatamente, sendo fundamental uma transfusão”, pontua.

E reforça: “Existem procedimentos com uma necessidade maior de transfusão, mas em um paciente com dificuldade de ser transfundido por incompatibilidade sanguínea ou porque não deseja receber uma transfusão, essa segurança é dada pela RIOS/Cell Saver , que entra como uma estratégia que torna a cirurgia viável”, finaliza Luciana. 

(Com colaboração de Emanuel Denizard, assessor de imprensa do Hemoce)

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