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HGWA presta assistência especializada para auxiliar desenvolvimento de bebês prematuros

Bruno Brandão

O nascimento de um bebê costuma significar um momento de alegria para muitas famílias, porém, em algumas situações, como quando o bebê nasce antes do esperado, pode se tornar um período de preocupação. A professora Maria Ayana, natural de Aracati, conhece bem esse sentimento.

O filho dela, o pequeno Amós Tobias, de apenas dois meses, nasceu no último dia seis de setembro, com 29 semanas de gestação. A medicina considera o parto prematuro aquele em que a criança nasce antes de completar 37 semanas. De lá pra cá, foram dias de aflição, mas também de esperança. “Não imaginava que eu teria um filho antes do tempo, a gente sempre pensa que o bebê vai nascer na data certa. Eu fui pega de surpresa e a prematuridade era um mundo que eu desconhecia”, pontua.

Ele nasceu em Aracati e no mesmo dia foi transferido para o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), da rede da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), localizada em Messejana. “Quando cheguei ele estava na UTI, na incubadora e sem oxigênio. Foi um baque para mim. Pensei que meu filho não fosse evoluir, mas ele foi bem cuidado e a cada dia foi melhorando, até o dia hoje, onde recebemos nossa alta”, diz.

O pequeno Amós recebeu alta na última terça-feira (7). “O sentimento é de gratidão a Deus e a todo mundo que cuidou do meu filho. Eu tenho outra filha, preciso me ausentar algumas vezes e fui para casa sabendo que ele estava sendo bem cuidado. Vencemos essa primeira etapa”, comemorativa.

É o tema da prematuridade que a equipe do HGWA comemora o novembro roxo, mês internacional de sensibilidade à prematuridade. A unidade possui um Centro de Tratamento Intensivo Pediátrico (Cetip), com uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo) e um berçário, com capacidade total para 24 bebês. Cerca de 80% são bebês que chegam prematuros.

A neonatologista, coordenadora médica do setor, Jocélia Bringel, explica que o melhor lugar para o bebê é dentro do útero materno até, pelo menos, 37 semanas. Ela pontua que a unidade chega a receber muitos prematuros extremos, que são aqueles bebês que chegam a pesar 400 gramas. “Quando ele nasce antes desta semana de gestação, não está preparado para respirar sozinho, desenvolve todas as suas funções e precisa da ajuda de uma equipe especializada para que consiga fazer essa transição. Eles precisam de um suporte ventilatório, de uma equipe treinada que saiba lidar com todas as instabilidades que possam surgir, que saiba oferecer uma alimentação adequada, com tratamento das infecções e das doenças que podem ocorrer na transição do bebê”, afirma.

Leite materno é fundamental para evolução de bebês prematuros

Um dos fatores que favorecem a evolução dos bebês prematuros é a oferta do leite materno. A nutricionista da UTI Neo, Fernanda Fernandes, destaca que muitas vezes as mães ainda não estão presentes no hospital ou não fornecem uma produção de leite suficiente. Daí a importância da doação do leite materno. “Todo leite doado ao HGWA é pasteurizado e utilizado na UTI Neo. Para os prematuros, representa receber um alimento que é padrão ouro para a Organização Mundial de Saúde. Ele traz benefícios, que não são apenas nutricionais, mas imunológicos e metabólicos. Hoje temos bebês tomando desde 2 ml, oito vezes ao dia, até 32 ml. Varia muito pelo peso desse bebê”, detalhes.

A nutricionista Eva de Vasconcelos Lima sabe bem da importância do leite materno. Atualmente ela é doadora do posto de coleta do HGWA, auxiliando na alimentação dos bebês internos, que, por algum motivo, não pode contar com o leite da mãe. Ela faz semanalmente cerca de 7 a 8 potes de 300ml de leite, mais de dois litros por semana.

“Quando meu bebê tinha 15 dias de vida já havia um excesso de produção de leite e ele não dava conta de tomar tudo. Saber que o hospital precisa de doação para atender tantas crianças necessitadas e perceber que minha produção de leite poderia contribuir para a saúde de tantos bebês é muito gratificante”, afirma Eva.

Mães em fase de amamentação e com excesso de leite interessadas em doar podem entrar em contato com o hospital pelo número (85) 3216-8325.

HGWA faz acompanhamento de crianças até os dois anos de idade

Os cuidados com os bebês prematuros que se internam no HGWA não finalizam após a alta desse paciente. Os pequenos são acompanhados por profissionais até os dois anos de idade. “No momento da alta eles são orientados para o “follow-up”, no qual eles são acompanhados até os dois anos de idade. Nesse momento, eles recebem o apoio do profissional de nutrição e o acompanhamento com o pediatra, onde é feito o acompanhamento de desenvolvimento, desde a vacinação até os cuidados especiais”, explica a médica Jocélia Bringel.

A barbeira Amanda da Silva, natural de Aquiraz, é mãe de Anthony Ariel. Ela conta que o pequeno nasceu prematuro extremo, com apenas seis meses de gestação. Ele foi internado no HGWA em 2022, onde passou cerca de dois meses internado. Após a alta, o acompanhamento fez toda a diferença na rotina da família. “Durante os acompanhamentos descobertos que ele ficou com um problema na visão, por isso já passou por uma cirurgia. Sou acompanhado a cada três meses. Hoje o Anthony está com um ano e cinco meses e vejo que esse acompanhamento é muito necessário. Foi muito difícil tudo que ele passou, mas pelo fato de ele ter todos esses cuidados, eu fico mais tranquilo”, afirma.

Programação

Dos dias 13 a 17 de novembro, o HGWA promove sua Semana da Prematuridade. Durante esses dias, ocorrerão capacitações com as equipes assistenciais e momentos de relaxamento para as mães dos pacientes. A coordenadora de enfermagem do Centro de Tratamento Intensivo Pediátrico, Yohanna Monteiro, explica que as orientações após a alta, introdução alimentar, higiene das mãos, oferta da dieta, cuidados com a pele do recém-nascido e a importância da vacinação serão alguns temas contemplados.

“A programação é muito voltada para a ação dos profissionais. Vamos oferecer treinamentos com as equipes que cuidam dos bebês prematuros extremos, para evitar os eventos adversos que eles possam ter com o desenvolvimento e o tempo de internação. As mães patrocinam terapias holísticas ministradas pela terapia ocupacional. Vimos que essas terapias benéficas inclusive para a melhoria da produção de leite dessas mães, trazendo o estresse e a ansiedade”, pontua.

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