Dia do Fisioterapeuta: propósito, técnica e sensibilidade permeiam profissionais

Experiência no Helv: liderança e superação na pandemia
A trajetória de Socorro Quintino se entrelaça à história recente do Helv, símbolo do enfrentamento à pandemia de covid-19 no Ceará. No auge da crise sanitária, ela esteve à frente da coordenação de fisioterapia da unidade, que chegou a contar com 168 leitos de UTI e mais de cem fisioterapeutas sob sua gestão.
“Foi um momento em que precisei reunir tudo o que aprendi ao longo da vida: a experiência clínica, a docência e a gestão. A pandemia me revelou o lado mais profundo da profissão, o de servir com coragem e empatia, mesmo diante do desconhecido”, recorda.
Socorro destaca o papel essencial dos fisioterapeutas durante a pandemia, especialmente na assistência a pacientes críticos e na reabilitação respiratória. “O Helv foi o epicentro da pandemia no estado, e ali vimos o quanto nossa atuação podia fazer a diferença na vida das pessoas”, afirma.
Atualmente, ela segue na coordenação de fisioterapia do hospital, contribuindo para o fortalecimento do cuidado multiprofissional e da reabilitação integral.
Aos 62 anos, Socorro segue ativa, inspirando colegas e novas gerações. “O tempo não deve medir a trajetória profissional. Podemos nos redescobrir todos os dias. Hoje, meu desejo é ver a regionalização da reabilitação cardíaca e a telerreabilitação”, afirma. Para ela, ser fisioterapeuta é uma escolha de vida. “É inspirar e servir. A fisioterapia me ensinou que sempre há espaço para aprender, ensinar e transformar. O segredo está em fazer tudo com propósito, técnica e sensibilidade”, ressalta.
Sua trajetória representa tantos profissionais que, diariamente, ajudam a devolver movimento, autonomia e esperança aos pacientes. Neste Dia do Fisioterapeuta, a homenagem vai a todos que fazem da reabilitação um compromisso com o cuidado e a empatia.

Da reabilitação à educação em saúde: a atuação da fisioterapeuta Lucilene Cirino na Casa de Cuidados do Ceará
“O que eu mais gosto na fisioterapia é promover o resgate da funcionalidade do paciente”, resume a fisioterapeuta da Casa de Cuidados do Ceará, Lucilene Cirino. Ela atua no equipamento de da Sesa há 3 anos, mas exerce a profissão há 15. Na unidade, o fisioterapeuta trabalha técnicas e adaptações à particularidade de cada paciente. Segundo a profissional, o trabalho com os pacientes com tuberculose foi um dos mais marcantes em sua trajetória.
“São pacientes que chegam muito debilitados, tanto fisicamente como emocionalmente. É preciso ter um olhar de empatia e humanização. Por isso, promovemos atividades em grupo. Eu fico à frente do ‘Grupo Respira’, no qual promovemos atividades que estimulem os movimentos do corpo, como alongamentos e treino funcional, com estímulo dos membros superiores e inferiores, além de caminhadas ao ar livre”, explica.
Além dos pacientes com tuberculose, Lucilene presta cuidado e assistência a outros perfis. “Temos pacientes com sequelas de AVC, com doenças crônicas, que são dependentes de ventilação mecânica, também há pacientes com doenças neuromusculares, principalmente a esclerose lateral amiotrófica, que é conhecida como ELA. Reabilitação motora é meu principal foco aqui”, acrescenta.
O trabalho de Educação em Saúde também faz a diferença, afinal tanto o paciente como o cuidador geralmente chegam com muitas dúvidas sobre o diagnóstico e a forma de tratamento. Por isso, Lucilene também atua nos treinamentos e como instrutora do Curso de Cuidadores promovido pela CCC.
“Quando o cuidador chega na instituição, a gente trabalha com educação e saúde, que é ensinar como ele pode promover o melhor cuidado com o paciente no domicílio, afinal ele tem que saber o papel e a importância dele no cuidado com o paciente, nós orientamos sobre mobilidade, cuidados com a via aérea artificial, assim como a importância do posicionamento funcional no leito e os cuidados com a via aérea daquele paciente. Isso serve tanto quando o paciente está internado na unidade, mas também quando esse paciente for de alta”, conclui.