Da internação à pós-alta: HGWA promove cuidados especiais para bebês prematuros
A prematuridade é algo mais comum do que se pensa. Para um bebê ser considerado prematuro, ele precisa nascer antes das 37 semanas, ou seja, antes dos oito meses de gestação. E são necessários cuidados especiais para esse pequeno paciente. No Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidade da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), existe uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo) e um berçário, com capacidade para 24 bebês. Cerca de 80% dos bebês que chegam são prematuros.
A estudante Vitória de Souza, de 18 anos, acompanha a filha, de apenas um mês de nascida, internada na unidade. A bebê, segundo a mãe, é vitoriosa, por isso traz o mesmo nome dela: Sara Vitória. A pequena nasceu aos sete meses de gravidez, pesando pouco mais de um quilo e meio. Com 22 dias de internação, elá já tem quase 2kg, saiu da incubadora e se encontra no berçário.
“Minha filha nasceu assim que a minha gestação completou sete meses. Quando ela foi transferida para o Waldemar Alcântara ela começou a mamar, momento que chorei bastante. Ela está internada há uns 22 dias. Tive um primeiro filho que nasceu com seis meses e infelizmente não resistiu. Eu estava esperando ela nascer no dia 25 de dezembro e veio a surpresa. Fico feliz em ver que ela está evoluindo, que já saiu da incubadora, ganhou peso e daqui a pouco vamos para casa”, conta a mãe.
O médico neonatologista do HGWA Luis de Moraes explica que o Novembro Roxo, mês alusivo à campanha da conscientização sobre a prematuridade, é de fundamental importância para se debater mais sobre o tema. Embora a prematuridade não possa ser evitada, em sua maioria, o cuidado dado ao nascer pode salvar a vida do bebê que chega antes do previsto.
“Em algumas situações, ela pode ser evitada: é importante ter um pré-natal bem acompanhado, fazer exames regularmente conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, podendo ser feito tratamento de infecções que podem desencadear o parto prematuro. Problemas ocasionados por complicações da mãe, como pré-eclâmpsia e diabetes, podem exigir que o bebê tenha que nascer prematuramente”, cita.
No HGWA, o cuidado é feito quando o bebê chega na unidade e acompanhado depois da alta. Os cuidados passam pela nutrição parenteral, suporte respiratórios até estimulação e desenvolvimento para que possam ter uma alta segura.
“Normalmente, na chegada desse bebê, identificamos os problemas associados ao nascimento precoce, que vão desde os prematuros mais extremos, abaixo de 1kg, que normalmente são mais graves e vão precisar de cuidados intensivos, até os cuidados dos bebês no berçário para o melhor ganho de peso e estímulo à amamentação. É feita uma avaliação com diagnóstico de exames de algumas outras alterações que os bebês podem ter, além de identificação dos riscos para o neurodesenvolvimento. É avaliada a necessidade de acompanhamento após a alta com especialista e a equipe multiprofissional, que envolve o pediatra, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e fisioterapeuta”, pontua.
A vendedora Tauany Gadelha, de 21 anos, já passou pela aflição de ter o bebê internado ao nascer. Agora, ela leva com mais tranquilidade o pequeno Théo Gadelha, de apenas dez meses, para as consultas ambulatoriais no HGWA, onde consegue tirar todas as dúvidas sobre o desenvolvimento do bebê.
“Théo nasceu com sete meses e ficou 27 dias internado na UTI do HGWA em janeiro. Não foram dias fáceis, todo dia uma luta. Ele nasceu com 1,800kg e saiu com pouco mais de 2kg. Hoje ele é uma criança saudável, só bençãos”, celebra.
Programação
Dentro da programação do Novembro Roxo, o HGWA promove uma semana de ações educativas com as mães e os bebês internados na UTI Neonatal e no berçário. Recentemente, as mães participaram de uma oficina manual chamada de “Coração para Coração”, onde puderam criar desenhos com mensagens de apoio para outras mães que chegam na unidade.
Entre os dias 26 e 29 acontecem oficinas e rodas de diálogos sobre os cuidados com a pele do prematuro, riscos da prematuridade extrema, postura do recém-nascido, orientação sobre aleitamento materno e ordenha, estímulo à sucção do recém-nascido e introdução alimentar no bebê prematuro.