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27/08/2024

Cuidados paliativos: psicólogos têm papel fundamental na atenção a pacientes e acompanhantes

Bruno Brandão

Os cuidados paliativos são um conjunto de tratamentos, não apenas com medicamentos, que têm como objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente, entendendo a morte como um processo natural. Nesse contexto, a Psicologia é um dos apoios multiprofissionais essenciais na assistência. Neste Dia do Psicólogo (27), o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidade da Rede da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), apresenta uma equipe que atua com esses pacientes tanto no eixo adulto como pediátrico.

A coordenadora do setor, Jamile Vasconcelos, explica que o trabalho da Psicologia com os pacientes em cuidados paliativos na unidade hospitalar é direcionado tanto para o próprio paciente, como para a família.

“Buscamos acolher e compreender as principais demandas em relação ao adoecimento, à internação e à terminalidade. Com o paciente, o foco principal é manter a autonomia e a dignidade no processo de cuidado, o que, muitas vezes, se dá a partir da escuta das suas principais preocupações, dos seus desejos e dos seus valores. Com a família, a atenção se direciona para o acolhimento, o engajamento no cuidado e a elaboração do luto que às vezes acontece antes mesmo da perda – o que chamamos de luto antecipatório”, detalha.

Os profissionais da Psicologia também mediam a comunicação do paciente e da família com a equipe multiprofissional. É um trabalho que vai além do cuidado com o paciente internado. “Entendemos que o alinhamento de informações e expectativas é um grande facilitador no enfrentamento das questões emocionais. Participamos de reuniões familiares junto com a equipe assistencial e a equipe de cuidados paliativos, assim como contribuímos na condução de um grupo psicoeducativo sobre cuidados paliativos no sucesso pediátrico”, explica.

Na pediatria, o trabalho envolve principalmente uma conversa com o paciente, quando possível, e com os familiares dos menores internados, principalmente com doenças crônicas. Na ala adulta, além de escutas com os pacientes, também existem algumas ações que vão além, como tentar auxiliar na realização de vontades do paciente, seja no desejo de comer algum alimento, alinhado com a nutrição, ou até mesmo levar para um espaço aberto ou fornecer uma visão, como no acompanhamento de crianças que sejam autorizadas a visitar o paciente.

Jamile, que também atua com os pacientes adultos, registrou um paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), que esteve internada no HGWA, onde foi possível acompanhá-la desde o momento do diagnóstico até o fim da vida. “Conseguimos definir as disposições antecipadas de vontade dela junto com a equipe de cuidados paliativos e a família. Também mediamos a visita do neto que era muito importante para o paciente. Ela faleceu no hospital, recebendo todo o tratamento necessário para o controle de dor e desconforto, sendo respeitada em sua vontade de não ter seu sofrimento prolongado”, recorda.

Dona Maria de Lourdes Maia, de 77 anos, apresentou com uma doença degenerativa, foi uma das pacientes atendidas pelos cuidados paliativos no HGWA. Janainna Rúbia Maia, filha da paciente, que faleceu neste ano, relembra os dias que ela passou internada e como foi importante o cuidado da Psicologia. “A psicologia foi excelente no cuidado com minha mãe e até mesmo comigo. Sou filha única e recebi uma estrutura, de conversa e atenção que fez nossos dias mais leves. Eu só tenho gratidão pela rede de apoio que recebi no hospital”, conta.

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