Maria Rosemary faz tratamento contra câncer de mama na rede pública de saúde 

A auxiliar de serviços gerais, Maria Rosemary, ao descobrir que estava com um nódulo na mama, diz que ficou emocionalmente abalada com o diagnóstico. Moradora da cidade de Russas, ela realizou mastectomia total no início deste ano, no Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e gerida pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), em Limoeiro do Norte.

Além disso, precisou passar por 15 sessões de quimioterapia até agora. Confiante, Rosemary se encaminha para a última sessão, momento em que tocará o sino da esperança. Mãe de três filhos e avó de três netos, nem sempre a confiança foi a sua base.

“No período que eu descobri que estava com CA de mama eu me abalei muito, foi então que elas [psicólogas] me ajudaram. Disseram que a família é ótima para quem está passando por problemas. Conversar ajuda bastante. Eu recomendo que as pessoas [que estão passando pelo mesmo problema] procurem e passem pela psicóloga. Conversem e desabafem com a família, pois ajuda bastante”, destaca.

A psicóloga do HRVJ, Aline Franco, pondera que o setor atua junto ao paciente com câncer de mama oferecendo apoio emocional diante do impacto do diagnóstico e do tratamento. O profissional ajuda a paciente a elaborar medos, ansiedades e sentimentos de perda, favorecendo o enfrentamento de doenças e a adesão ao tratamento.

“A atuação do psicólogo é fundamental nesse momento porque o diagnóstico do câncer representa, muitas vezes, uma grande ruptura na vida do paciente, despertando medo, incertezas e angústias em relação à própria sobrevivência, feminilidade e à imagem corporal”, ressalta Aline.

A profissional ainda explica que as queixas mais recorrentes são relacionadas à ansiedade, medo da morte, preocupação com o futuro e com a família, além de tristeza e sentimentos de impotência diante do diagnóstico e tratamento. Também são frequentes queixas sobre alterações na autoimagem, especialmente em decorrência da mastectomia, queda de cabelo e mudanças no corpo. Muitos pacientes relatam ainda dificuldades de relacionamento conjugal, isolamento social, insônia, fadiga e insegurança em relação à sexualidade e feminilidade.

Alimentação saudável é importante na reabilitação

A nutrição também tem papel fundamental na prevenção, tratamento e reabilitação do câncer de mama.

A nutricionista do HRVJ, Jamille Lima, explica que alimentação saudável é a que contém todos os nutrientes essenciais para o adequado funcionamento do organismo. Nesse contexto, destacam-se os alimentos in natura e minimamente processados, ou seja, aqueles que são adquiridos na natureza e vão passar por processos mínimos de manipulação, como cozimento, para que fiquem aptos ao consumo humano.

A nutricionista do HRVJ, Jamille Lima, explica que é recomendado evitar frituras, temperos prontos, condimentos, bebidas alcoólicas, refeições industrializadas, além de alimentos submetidos a frituras excessivas. A boa alimentação também ajuda a manter o peso saudável.

“A gente sabe que o sobrepeso e a obesidade também contribuem para o desenvolvimento de doenças, e com relação ao câncer, isso não é diferente, principalmente com relação ao câncer de mama e alguns do trato digestivo também. É importante também beber muita água. Não basta tomar sucos e preparos líquidos ao longo do dia, é necessário beber água potável e pura entre as refeições, para manter-se hidratado. A água é fundamental para o funcionamento do organismo, controle da pressão, além de auxiliar no funcionamento intestinal e na função renal”, lembra.

Para aqueles pacientes que estão em tratamento oncológico do câncer de mama, durante a quimioterapia e a radioterapia, muitas alterações podem acontecer com o indivíduo. Alguns têm sintomas, como vômitos, náuseas, diarreias ou constipação e perda de peso. “Nesses casos, é importante o acompanhamento com o nutricionista, uma vez que existem alimentos que são mais recomendados, a depender do sintoma que o paciente apresenta, e outros que devem ser evitados”, conclui a profissional do HRVJ.