Uma especialidade de enfermagem que atua nas feridas, estomias e incontinências. O trabalho de estomaterapia em serviços hospitalares é realizado através de curativos, limpezas e prevenção de complicações na pele. O Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), da rede da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), localizado em Messejana, atua desde 2004 na assistência ambulatorial e nos pacientes internados que referem esses cuidados.

Rosimeire Ferreira, de 55 anos, é uma das pacientes atendidas no ambulatório do HGWA. Ela esteve internada na unidade em 2021, por conta de uma bactéria em membros inferiores. Após a internação, continua recebendo os cuidados da estomaterapia a cada vinte dias.

“Contraí uma bactéria na perna. Começou com uma frieira entre os dedos que não sarava. Meu pé começou uma polegada, ficou vermelho, criou bolha, até que procurei uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento] e me precisei internar. Essa bactéria desenvolveu uma úlcera venosa, onde foi feita uma raspagem. Desde então, a cada vinte dias tenho que renovar o curativo e a cada três meses tenho consulta com o médico vascular. Sou acompanhado desde o início e sinto uma melhoria muito significativa a cada atendimento”, explica.

A enfermeira coordenadora do ambulatório do HGWA, Vera Rodrigues, explica que os cuidados da estomaterapia são fundamentais para promover uma recuperação eficaz e prevenir complicações. Eles incluem avaliação regular da ferida, higienização adequada, aplicação de curativos adequados, controle do dor e monitoramento de sinais de infecção.

“O atendimento no ambulatório de estomaterapia pós-alta hospitalar é essencial para garantir a continuidade do tratamento e oferecer orientações cruciais aos pacientes sobre como cuidar de suas lesões. Isso contribui para a recuperação eficaz, previne complicações e promove a autonomia do paciente no autocuidado, facilitando uma transição mais suave do ambiente hospitalar para a vida cotidiana”, detalhamento.

O médico cirurgião vascular que atua no HGWA, Daniel Paz Martins, ressalta que, dependendo do tipo de lesão, a cicatrização pode durar de semanas a meses. Ele também cita outros casos como problemas decorrentes do diabetes, pacientes idosos acamados que passam muito tempo na mesma posição, com o surgimento de escaras ou úlceras de pressão, entre outros.

“Em sua maioria, os pacientes atendidos no ambulatório são pacientes com doenças venosas crônicas, com varizes ou outros tipos de doenças crônicas, que acabam se tornando úlceras venosas, geralmente localizadas na região do tornozelo, com cicatrização difícil. Além dos curativos, por meio da estomaterapia, utilizam-se especificações, medicamentos, juntamente com a avaliação médica conjunta”, explica o especialista.

Programação

Em alusão ao Dia Mundial da Lesão por Pressão, realizado neste mês de novembro, o HGWA preparou uma programação que inicia nesta segunda-feira (27) e segue até quinta-feira (30). Haverá exposição de stands com produtos de prevenção e tratamento de lesões, palestra sobre nutrição, cuidados com a pele, atuação de equipe multidisciplinar, além de blitz em clínicas assistenciais.